Descrição
e Motivos de Interesse
O
percurso tem início, em Terra Saloia, junto à
Adega Regional de Colares, fundada em 1931; dirige-se para
norte, por entre aglomerados urbanos, pinhais, pomares, vinhas,
hortas, searas e prados. Aqui subsiste ainda uma agricultura
com numerosos elementos tradicionais. A viticultura é
anterior à fundação da nacionalidade
e Colares é Denominação de Origem Controlada,
desde 1908. Aqui se produzem os afamados vinhos das castas
“ramisco” e “malvasia”, em “chão
de areia”, dignos de mesa de rei. A partir do séc.
XIX tornaram-se especialmente famosos por terem resistido
à praga de filoxera. As videiras, muitas vezes em associação
com macieiras podadas, de modo a não atingirem mais
do que 1 m de altura, estendem os “braços”
pela areia, em parcelas divididas por muros de “pedra
seca”, que também delimitam a propriedade, e
protegidas com paliçadas de cana seca contra os ventos
marítimos. A temperatura amena e os frequentes nevoeiros
litorais dão lugar a um vinho ligeiro e com perfume
misto de amêndoas e violetas. As Fruteiras Tradicionais
apresentam grande diversidade, afirmando-se como produtos
de excelente qualidade, com cheiro e sabor próprios,
dadas as características dos solos e do clima. O percurso
atravessa um importante habitat, sobre areias antigas - o
“Pinhal da Nazaré”, passa pelas Azenhas
do Mar, antiga aldeia de pescadores, debruçada sobre
o oceano em arribas frágeis e continua a caminho da
Aguda, por trilhos no alto das arribas margo-calcárias
do Cretácico inferior. Na Aguda vê-se uma duna
fóssil, estádio do processo de evolução
da areia solta para a rocha (arenito), processo que dura milhares
de anos. É possível observar uma estratificação
oblíqua, traduzindo diferentes fases e orientações
da deposição de areia. As arribas que se desenvolvem
para norte, até à Praia do Magoito, mostram
uma sucessão de camadas quase horizontais de calcários
argilosos cinzentos e margas, rochas sedimentares formadas
há milhões de anos, quando o nível do
mar se encontrava muito acima do actual. Os calcários
superiores são mais duros, e as margas inferiores mais
brandas; por isso, face à acção dos agentes
erosivos, a arriba recua progressivamente. Na praia do Magoito
existe uma formação dunar de grande valor geológico,
formada há cerca de 10 mil anos, sendo contemporânea
de uma regressão do mar, ocorrida durante a última
glaciação. O percurso passa ainda por prados
calcários, ricos em orquídeas, antes de Fontanelas,
aldeia de ruas em verso. Já perto de Janas ergue-se,
numa colina, a pequena capela rural de planta circular, associada
ao culto de S. Mamede, protector dos animais. De novo no pinhal
da Nazaré, retornamos à adega de Colares.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
passeio está certificado pela Federação
de Campismo e Montanhismo de Portugal.
Outras Informações
Não
há mais informações disponíveis
sobre este percurso pedestre.