Descrição
e Motivos de Interesse
Penha
Garcia surge no horizonte como um apelo. A partir do que resta
da velha fortaleza, a povoação desprende-se
das cristas da serra em direcção à planície,
configuração que lhe valeu o epíteto
de aldeia presépio. Na zona antiga, o casario apresenta,
ainda hoje, inúmeros exemplares de arquitectura tradicional,
onde ao quartzito e xisto mais abundantes se misturam alguns
elementos de granito. O branco da pequena Capela do Espírito
Santo, única do seu género dentro da povoação,
ressalta pelo contraste com o ambiente que a envolve. Memória
dos poderes de um outro tempo, o Pelourinho de Penha Garcia
é um dos exemplares mais interessantes que podemos
observar na região, datando do reinado de D. Sebastião
e com a particularidade de se encontrar assinado pelos seus
autores – Estêvão Simão e Domingues
Fernandes. Daqui, o caminho acompanha a encosta, sempre a
subir em direcção à Igreja Matriz e ao
Castelo. A primeira é obra recente que esconde uma
existência de vários séculos, testemunhada
pelas imagens que guarda no seu interior, onde se destaca
a Virgem do Leite, escultura gótica em pedra de ançã,
de mestre João Afonso e que, como se inscreve na peanha,
“Frei Álvaro de São Paulo a mandou fazer
no ano de 1469”; já o Castelo, derradeiro vestígio
da fortaleza que outrora protegeu a aldeia, é hoje
um soberbo miradouro. É precisamente a partir daqui
que podemos ver, para norte e em toda a sua grandiosidade,
as arribas que envolvem o vale encaixado do rio Pônsul,
que nasce não muito longe daqui. O sul, por seu lado,
é um imenso horizonte a perder se vista, numa suave
ondulação de relevos, crispada aqui e além
por um ou outro ponto, onde se destaca, inevitavelmente, o
cabeço de Monsanto.
Seguindo o caminho que partindo do Castelo segue em direcção
ao paredão da barragem, num percurso que envolve todo
o vale, as imponentes arribas revelam a sua espantosa riqueza
em fósseis. Aqui e ali, as rochas expõem perante
os olhos do visitante atento uma profusão de vestígios
dos seres que, na Era Primária ou Paleozóico,
viviam nesta região, à época, um leito
marinho. Hoje, abaixo da imponente parede da barragem, acompanhando
o curso do Pônsul, vamos ao encontro dos velhos moinhos
de rodízios. Alvo de recuperação nos
últimos anos, o conjunto que hoje pode ser visitado
é apenas uma parte daquele que foi o maior conjunto
de unidades moageiras do concelho de Idanha-a-Nova. Nos nossos
dias, apresenta-se como o pólo mais importante desta
tipologia tecnológica, constituindo a base do núcleo
museológico dedicado à actividade moageira que
no futuro se pretende constituir. O pão é, ainda
hoje, uma referência de Penha Garcia, juntamente com
outras especialidades gastronómicas (bicas de azeite
e bolos secos) que, até há bem pouco tempo,
eram cozidos no Forno Comunitário, situado no Largo
das Portas da Vila, junto ao chafariz que evoca a memória
do trabalho árduo das gentes de Penha Garcia, quando
estas tinham de ganhar o seu sustento longe da terra de origem.
Acrescente-se a tudo isto a riqueza da região em termos
paisagísticos e ecológicos – classificada
como Biótopo da Serra de Penha Garcia - , com destaque
para as matas frondosas que se estendem, a norte, pela Herdade
do Vale Feitoso, e para as boas condições para
a observação de fauna selvagem. Penha Garcia
justifica, sem dúvida, uma visita atenta.s
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