Descrição
e Motivos de Interesse
O
percurso em tema tem início com uma visita à
Igreja Matriz de Soalhães, decorrendo, posteriormente,
numa área montanhosa (a Serra da Aboboreira) de elevado
valor cultural e natural, preservada pelo progresso urbanístico,
por centúrias de isolamento geográfico e pela
ulterior desertificação humana. Assim, durante
o trajeto, percorrem-se caminhos antigos, ladeados por muros
de pedra, muitas vezes escavados na rocha-mãe, por
sua vez rasgados pelas rodas dos carros de bois. Além
disto, as gentes destas terras, ancestralmente adaptadas aos
ambientes rurais e vivendo em tradicionais casas graníticas
de arquitectura tipicamente portuguesa, ainda cultivam o campo
à força braçal e animal. Tal
ambiente, calmo e pouco povoado, propicia a existência
de refúgios ecológicos para inúmeras
espécies da fauna e da flora. Deste modo, ao longo
do itinerário os pedestrianistas percorrem bosques
de carvalhos, eucaliptos e pinheiros; campos de cultivo sobranceiros
às aldeias e zonas de vegetação arbustiva.
Nesta linha de pensamento, é de frisar uma característica
nesta zona: a utilização de ervas aromáticas
na gastronomia e na medicina tradicional, tais como o rosmaninho,
o alecrim, o louro, a hortelã, a salsa, o funcho, a
arruda, o trovisco, a cidreira, a marcela, a arnica, os agriões
e os poejos. No âmbito da fauna, a serra da Aboboreira
serve de hospedaria para várias espécies de
invertebrados, destacando-se as distintas borboletas e escaravelhos,
entre outros. No entanto, nesta região encontram-se
ainda, aproximadamente, 68 espécies de vertebrados
terrestres, não incluindo as aves, dando-se o destaque
para a salamandra-lusitânica, a rã-ibérica,
o lagarto-de-água e a toupeira-de-água, entre
muitos outros exemplares. Relativamente aos mamíferos
destacam-se o javali, o coelho bravo, a lebre, a raposa e
o gato-bravo. Ao mesmo tempo, na fauna doméstica, encontram-se
ovinos e caprinos, que pastoreiam na encosta da serra (permitindo
a confeção do saboroso queijo fresco), assim
como os bovinos, utilizado ainda nas lavouras tradicionais.
Matizando
a paisagem, podem observar-se grandiosos rochedos com formas
finamente arredondadas, lembrando silenciosos guardiões
da serra. Umas vezes são usados como escudos protetores
dos temporais, justificando o facto de antigamente o povo
partilhar com eles o seu lar, ao construir as suas casas a
elas encostadas. Outras vezes, estes geomonumentos, pela desproporção
e “equilíbrio ameaçador” em que
se encontram, inclinados sobre as habitações,
parecem querer recordar ao Homem a sua pequenez e a realidade
da sua existência estar nas mãos do destino.
De
forma colateral, é possível assistir à
trituração de cereais (como por exemplo, do
milho) nos moinhos de água, como o “Moinho de
Balcão”, cedido pela Srª. Dª Diamantina
Dias e familiares. O último faz parte de um belo conjunto
de onze, envolvidos por uma vegetação luxuriante
e acompanhados pela Ribeira de Vinheiros, em Soalhães,
e dos quais foram recuperados mais três, pela Junta
de Freguesia, com o apoio do Programa Leader + e da Câmara
Municipal. Apesar das suas últimas moagens terem ocorrido
na década de 1970, o “Moinho de Balcão”,
trabalha como antigamente, demonstrando-se como um dos motivos
mais atraentes dos visitantes, dos alunos, dos turistas e
dos caminheiros do itinerário em assunto. Similarmente,
para além da Igreja Matriz de Soalhães (referida
inicialmente), as capelas de S. Clemente, S. Tiago, S. Brás
e S. Bento do Pinhão evidenciam a presença das
construções de caráter religioso em diferentes
partes da paisagem deste percurso pedestre.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
percurso está certificado pela Federação
de Campismo e Montanhismo de Portugal.
Outras Informações
Não
há mais informações disponíveis
sobre este percurso pedestre.