Descrição
e Motivos de Interesse
O
percurso desenvolve-se nas freguesias de Aboadela, Sanche,
Olo, Vila Chã e Gondar. Após
a passagem pela freguesia de Sanche, chegamos ao lugar de
Cruzeiro, Gondar. O percurso passa por um antigo troço
da via romana, junto à ribeira de Marancinho, onde
se pode ainda observar um pontão romano sobre a ribeira
e umas dezenas de metros da via, amparada, devido à
inclinação do terreno, por um robusto muro de
suporte. A via seguia por Sanche, transpondo o rio Ovelha
no lugar de Rua, para depois atravessar o Marão pela
Lameira e continuar em direção a Panóias.
Seguidamente,
um caminho íngreme, leva-nos ao topo da montanha, a
550 metros de altitude, no lugar dos Picotos. Chegados
ao cimo, avistando já terras de Basto a um lado e,
numa sucessiva ondulação de relevos, as serras
do Marão e Aboboreira a outro, seguimos pelo cume da
colina até entrar, uns 1500 metros à frente,
num secular caminho, provavelmente dos finais da Idade Média,
enriquecido por uma fauna e flora diversificadas e onde poderemos,
com um pouco de sorte, ser surpreendidos por algum esquilo
trepando velozmente o tronco de uma árvore ou observar
a terra remexida, durante a noite, pelos javalis na procura
dos seus alimentos. No final deste simpático caminho
e depois de passar pelas ruínas duma vetusta estalagem
que servia de apoio aos viajantes e almocreves na sua longa
e dura travessia do Marão, sobe-se, por um caminho
aberto sobre a antiga via medieval, até à capela
de S. Bento, onde, perante uma deslumbrante paisagem sobre
o vale de Aboadela e as encontras agrestes da serra do Marão
e rodeados por uma vegetação autóctone
onde predomina a carqueja, o tojo e a urze, podemos, numa
atitude terapêutica, recuperar as forças e retemperar
o espírito para o resto da caminhada. Depois,
por caminhos florestais que serpenteiam a encosta, inicia-se
a descida para o vale de Aboadela até entrar, já
no vale, num velho trilho que, em ambiente bucólico
por entre campos laboriosamente trabalhados, nos leva até
às águas puras e cristalinas do rio Ovelha.
Atravessado o rio e o IP4, chega-se finalmente, a um dos pontos
altos deste percurso – o lugar da Rua, ou melhor, Ovelha
do Marão. Este lugar, cujas origens se perdem no tempo,
é o mais emblemático deste percurso. Carregado
de história e de estórias, constitui um conjunto
arquitetónico que pela sua simplicidade e rusticidade
surpreende qualquer visitante. Sede de Ovelha do Marão
que, em tempos, já foi beetria, honra e concelho, conserva,
no seu pelourinho, símbolo da autonomia local, constituído
por uma coluna cilíndrica assente numa base com três
degraus de acesso e encimada por um tabuleiro quadrangular
sobre o qual pousa o remate em forma piramidal, num cruzeiro
seiscentista, na ponte de estilo românico, na fachada
de uma pequena capela renascentista e na antiga Casa da Câmara,
as memórias desse passado de glória.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
percurso está certificado pela Federação
de Campismo e Montanhismo de Portugal.
Outras Informações
Não
há mais informações disponíveis
sobre este percurso pedestre.