Descrição
e Motivos de Interesse
Em pleno coração do Parque Natural das Serras
de Aire e Candeeiros, o percurso pedestre de São Bento
percorre o planalto de Santo António, atravessando
no sentido sul/norte a serra de S. Bento. Trata-se de um percurso
linear (o ponto de partida e de chegada não são
coincidentes) que poderá ser desdobrado em três
percursos de diferentes extensões, com ligação
à estrada de S. Bento. É
um percurso particularmente rico e interessante do ponto de
vista geomorfológico, permitindo a observação
de uma grande diversidade de estruturas características
do carso típico, como são os campos de lapiás
e as dolinas. Outra curiosidade deste traçado prende-se
com a possibilidade de observar várias cavidades de
desenvolvimento vertical – os algares (termo de origem
árabe – gar significa cratera). São vários
os que se abrem à e ao visitante ao longo do percurso.
Já próximo do vértice geodésico
dos Alecrineiros (541 m de altitude), abre-se o algar das
Bocas Largas e, finalmente, embutido na dolina de Cós
Carvalhos, com perto de 60 m de profundidade, outro se abre
com o mesmo nome. São também interessantes as
microformas de dissolução bem representadas
nos diferentes lapiás do percurso. Seguindo
a rota para norte, por entre matos altos e densos, relevos
esbranquiçados pontuam as cumeadas; para nascente o
horizonte abre-se de repente e prolonga-se pela bacia terciária
do Tejo. Em termos de vegetação, o aproveitamento
do solo depositado no fundo das dolinas determinou as alterações
na paisagem observáveis ao longo do percurso, quer
pela introdução de espécies arbóreas,
como o eucalipto e o pinheiro-bravo (Pinus pinaster) quer
pela coexistência de cordões de vegetação
espontânea composta por carvalho-cerquinho (Quercus
faginea), folhado (Viburnum tinus), aderno (Phyllirea spp)
e aroeira (Pistacia lentiscus), com as culturas agrícolas
praticadas nesses locais. Seguindo
o trilho por entre os “chousos” - os muros de
pedra solta - principais responsáveis pela compartimentação
labiríntica da paisagem, torna-se fácil perdermo-nos
no emaranhado de caminhos, se não seguirmos com atenção
as marcas vermelhas e amarelas, que nos indicam o caminho
a seguir. Próximo
de Covas, afundamo-nos em pequenas depressões de formas
mais ou menos circulares, delimitadas por chousos, na sua
maioria dolinas, de fundo verde atapetado, donde sobressaem
penedos fantásticos, encimados por coroas de heras,
mais parecendo cogumelos gigantes - os megalapiás.
Depois de passar o casal de Santo António percorremos
a parte final do percurso por entre matos e manchas de eucaliptal
e carvalhal, que escondem campos de verdadeiras esculturas
em pedra produzidas pela natureza.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
percurso não tem certificações.
Outras Informações
Não
há mais informações disponíveis
sobre este percurso pedestre.