Descrição
e Motivos de Interesse
Este pequeno circuito desenvolve-se pela cumeada da serra
dos Candeeiros, na envolvente da povoação de
Vale de Ventos, onde domina a vegetação rasteira
de altitude e a agricultura de sequeiro, para além
do pinhal e alguns núcleos de matos desenvolvidos,
o que permite a observação de um número
significativo de espécies faunísticas. Nos anos
quarenta, a serra dos Candeeiros foi submetida ao Regime Florestal,
nos baldios do território da serra foram criados vários
Perímetros Florestais, consequência da aplicação
de uma política que procurou rentabilizar ao máximo
os solos de Portugal e, simultaneamente, combater a erosão
causada pelo seu uso intenso. As ações de arborização
realizaram-se aqui, a partir dos anos sessenta, sendo utilizadas
diferentes espécies de pinheiros.
Casas de Vale de Ventos - antigas casas dos Guardas Florestais,
foram cedidas ao PNSAC em 1987, sendo, posteriormente, recuperadas
para alojamento. Este núcleo, constituído por
duas casas com capacidade para 8 e 6 pessoas, respetivamente
Casa Grande e Casa Pequena, podem ser alugadas mediante marcação
prévia para o Parque. Atualmente, a Casa Pequena encontra-se
fechada para obras.
Vale - com um desenvolvimento para oeste, situa-se um vale
suspenso no qual se instalou uma grande extensão de
matos que descem até ao sopé da serra nos quais
se destaca a aroeira (Pistacia lentiscus) e o tojo (Ulex spp);
aí, com sorte, podem ser observadas algumas espécies
de aves de rapina a caçar, sobretudo búteos
ou águias-de-asa-redonda (Buteo buteo). Saindo do trilho,
em direção à cabeceira do vale, uma escarpa
exposta também a oeste, tem sido ocupada por rabirruivo-preto
(Phoenicurus ochruros) e coruja-das-torres (Tyto alba).
Arquitetura tradicional - a povoação de Vale
de Ventos, no seu conjunto de casas e muros de pedra, assume
e documenta as características essenciais de subsistência
da população num meio que lhe é adverso,
onde poderão ser observados exemplares de casas rurais,
em calcário, que são verdadeiros documentos
vivos da forma tradicional da construção serrana.
Lagoa do Casal de Vale de Ventos - lagoa seminatural, tradicionalmente
designada por barreiro. É uma das muitas formas de
retenção de água, que se podem observar
nesta região. A grande permeabilidade da rocha calcária
conduz à inexistência de cursos de água
superficiais, pelo que estes pontos de retenção
de água assumem, nesta região, uma importância
decisiva no dia a dia destas populações: reservas
de água para o gado, rega e alguns usos domésticos.
A acumulação de água em depressões
deste tipo apenas se verifica na estação chuvosa,
estando relacionada com o facto dos fundos se encontrarem
impermeabilizados com argilas e outros sedimentos. Pequenos
oásis numa paisagem agreste onde domina a pedra, estes
pontos de água são ainda essenciais para a reprodução
de algumas espécies de anfíbios e igualmente
importantes como bebedouros para uma fauna diversificada.
Pedreira de calçada - à ilharga do percurso,
uma pedreira sublinha de forma evidente os efeitos de uma
das atividades económicas mais importantes do Maciço
Calcário Estremenho. No primeiro plano, pedreiras de
calçada branca, produzem a matéria-prima dos
mais belos passeios das nossas ruas, depois de um duro trabalho
manual, em que das pancadas certeiras de um martelo nascem
os cubos que todos conhecemos. Mais ao fundo, pedreiras de
blocos e lancil, extraem os calcários utilizados na
construção civil. A recuperação
paisagística, obrigatória no Parque, irá
proporcionar novas paisagens, socialmente úteis, que
possam fazer esquecer as feridas na paisagem que agora se
veem.
Cisterna - na ausência de água à superfície,
as cisternas são uma forma tradicional de armazenamento
de água. Talhadas na rocha calcária, de formas
diversas, ainda hoje se podem observar junto às casas
mais antigas, cumprindo a sua função.
Avaliação
SAL
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Certificações
Este
percurso não tem certificações.
Outras Informações
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