Descrição
e Motivos de Interesse
O trilho interpretativo da serra Amarela desenvolve-se nas
duas vertentes da serra – a vertente Norte, voltada
ao rio Lima, no concelho de Ponte da Barca, e a vertente Sul,
voltada ao rio Homem e à albufeira de Vilarinho das
Furnas, no município de Terras de Bouro – percorrendo
cerca de 35 quilómetros em caminhos de pé posto,
carreteiros ou calçadas. É um trilho circular,
mas pela sua extensão recomenda-se que seja feito por
etapas.
A
serra Amarela é um dos grandes relevos que fazem parte
do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), atingindo
a sua cota máxima na Louriça, a 1364 metros
de altitude. É constituída maioritariamente
por granitos embora também exista uma faixa estreita
com xistos e metagrauvaques que parte do cume da Louriça
para Norte. O clima é fresco no Verão e os invernos
são rigorosos, com grandes níveis de precipitação,
muitas vezes em forma de neve.
A
vegetação que se pode encontrar na serra Amarela
é condicionada pelo clima e geologia e também
pela ocupação humana. Desta forma, a maior parte
da serra está coberta por matos secos dominados por
urzes e tojos e matagais dominados por giestas. Os carvalhais
encontram-se hoje mais fragmentados, destacando-se duas manchas
relevantes que se localizam na mata do Cabril e na mata de
Palheiros, ambas em Zona de Proteção Total.
Junto ao pico da Louriça, encontram-se das maiores
manchas de azevinho (Ilex aquifolium) de Portugal, com exemplares
de grandes dimensões. Ao nível da fauna podemos
referir que uma grande parte das 235 espécies de Vertebrados
do PNPG pode ser observada na Serra Amarela. Ao nível
dos mamíferos destaca-se a cabra-montês (Capra
pyrenaica), o corço (Capreolus capreolus) e o seu principal
predador, o lobo (Canis lupus), espécie protegida e
considerada em perigo em Portugal. Ao nível das aves
podem-se observar muitas espécies, apesar de algumas
das mais raras estarem ausentes desta zona. Ao nível
da herpetofauna, pode-se destacar a víbora-cornuda
(Vipera latastei) e a salamandra-lusitânica (Chioglossa
lusitanica), consideradas como estando vulneráveis
em Portugal.
Este
é o cenário biofísico de uma ocupação
humana antiga e continuada, que teve o seu início,
conhecido à data, no Neolítico. Nestes relevos
agrestes o Homem aperfeiçoou técnicas agrícolas
e silvopastoris que lhe permitiriam a exploração
dos recursos naturais, de forma lenta mas racional, garantindo
a sua sobrevivência num equilíbrio entre atividade
antrópica e ambiente natural. Vestígios como
a Necrópole Megalítica da Serra Amarela e o
Santuário Rupestre da Bouça do Colado; como
os Povoados Fortificados Proto-históricos da Ermida
e S. Miguel de Entre Ambos-os-Rios; vestígios da época
da Romanização como os povoados do Cabeço
do Leijó e da Torre Grande; vestígios medievais
como o Castelo de Lindoso e várias brandas e outros
povoados de raiz medieval e vestígios da intensificação
da agricultura com a introdução do milho maíz
a partir do século XVIII (espigueiros e eiras, moinhos,
brandas, abrigos e currais, levadas, entre outros), povoam
a Serra Amarela e transportam-nos para um mundo que não
conhecemos mas que conseguimos imaginar. Conseguimos admirar,
através deste vasto património cultural, a coragem
das comunidades para se estabeleceram e sobreviverem neste
cenário desde o Neolítico até à
atualidade.
Avaliação
SAL
Não há avaliação
SAL sobre este percurso pedestre.
Certificações
Este
percurso está certificado pela Federação
de Campismo e Montanhismo de Portugal.
Outras Informações
Deve ter presente de que se encontra numa área
protegida, que é a única em Portugal com o estatuto
de Parque Nacional. Respeite as regras de conduta e ajude
a preservar a paisagem e o património do Parque Nacional
da Peneda-Gerês. Por outro lado, lembre-se de que as
atividades na montanha envolvem diversos riscos. É
por isso importante agir com consciência, sobretudo
quando o território é desconhecido ou quando
não se domina a atividade. Uma das regras mais importantes
é ter sempre em consideração as previsões
meteorológicas, evitando a montanha nos dias em que
se prevê a ocorrência de chuva, trovoadas e nevoeiros.
Não menos importante é ter sempre alguém
informado sobre a sua localização na montanha
(comunicação do percurso previsto) e ir sempre
acompanhado. Nunca vá sozinho para a montanha, mas
se o fizer informe alguém. Quando regressar, comunique-lhe
que terminou a atividade.
O TRILHO INTERPRETATIVO DA SERRA AMARELA APRESENTA ALGUNS
PROBLEMAS DE SINALIZAÇÃO, PELO QUE NÃO
ACONSELHAMOS A SUA UTILIZAÇÃO SEM UM GUIA QUE
CONHEÇA O LOCAL.
ALERTA ETAPA 3: O TROÇO ENTRE O PAREDÃO DA BARRAGEM
E A ALDEIA DE VILARINHO DA FURNA PODE FICAR CONDICIONADO PELA
SUBIDA DO NÍVEL DA ÁGUA DA ALBUFEIRA, NÃO
PERMITINDO A PASSAGEM DOS CAMINHEIROS PELO CAMINHO.
INFORME-SE SEMPRE JUNTO DAS ENTIDADES PROMOTORAS, ANTES DE
REALIZAR A SUA JORNADA. NUNCA CAMINHE SÓZINHO.